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Há menos de vinte dias da 41ª Noite Italiana de Antônio Prado, marcada para os dias 19 e 26 de agosto, no Centro de Eventos, o que chama atenção é a movimentação em torno de uma das principais atrações da festa, a farta gastronomia. Serão mais de 30 opções no cardápio, servido à vontade durante todas as duas noites, incluindo frango à menarosto e à passarinho, polenta frita e brustolada, pepino, pão, queijos parmesão, colonial e coalho, salame e copa. Bolos, cucas, doces, biscoito colonial, grostoli, batata doce, merengue e frutas. Vinhos, suco de uva, refrigerantes, água e café.
Quem comanda a equipe de cerca de 50 pessoas no preparo de 150 quilos de bolo, 300 quilos de frios, 500 quilos de queijo coalho, 1.200 quilos de polenta brustolada e frita, 130 quilos de pepino e 700 quilos de frutas, por noite, é a ex-rainha da Noite Italiana, Rosângela Muterle, 33 anos. Nascida em Antônio Prado, Rosi, como é conhecida na cidade, participou pela primeira vez da festa quando tinha 11 anos. “Fiquei encantada”, recorda. Bisneta e neta de hoteleiros, desde criança sonhava em comandar o restaurante do hotel, tanto que com apenas sete anos já fazia panquecas. Porém, em 2010, antes de colocar em ação seus planos na gastronomia, recebeu o convite de concorrer a rainha da Noite Italiana, principal festa do município. “Foi uma experiência muito rica, me preparei e representei a cidade com muita dedicação e entusiasmo”.
Dois anos depois, juntamente com o namorado, Alan Torresan, que por coincidência já havia atuado no restaurante da família dele, conseguiu realizar o sonho de cozinhar, assumindo o Restaurante do Vale. “Descobri que era diferente do que eu imaginava, entendi que era preciso me atualizar e fazer diferente do que sempre foi feito”. Com a experiência adquirida o casal foi trabalhar em um restaurante de Ipê e a realizar alguns eventos. Até que em 2019, Rosi recebeu uma ligação do CDL de Antônio Prado pedindo um orçamento para a Noite Italiana. A reação da ex-rainha foi “deixa eu desmaiar de felicidade”, conta. Enfim, a festa que a encantou quando era criança e depois quando foi rainha estava verdadeiramente em suas mãos. Ela disse que não duvidou que conseguiria dar conta, mas havia uma grande expectativa porque por mais de 30 anos era feita pelas mesmas pessoas. Rosi teve mais um desafio de última hora, além da cozinha precisou assumir a churrasqueira para o preparo do frango. Deu tudo certo. Mais do que isso, surpreendeu os organizadores pela agilidade, sistematização dos processos, comando da equipe e pela entrega do serviço.
Com a pandemia da Covid-19 não houve a festa em 2020 e 2021. No ano passado, Rosi teve a ideia de inserir no buffet alguns rechauds para deixar aquecidos os pratos quentes durante a festa. Outra mudança foi preparar a polenta no Centro de Eventos e não mais fora como sempre era feito. O bolo passou a ter o gosto caseiro e ganhou as versões de chocolate, laranja com mousse e fregolá com goiabada. Outro sucesso da edição passada foi a inclusão do bolinho de chuva. A ex-rainha e cozinheira diz que a Noite Italiana “significa orgulho e satisfação pelo resultado e requer um trabalho incansável para bem receber os visitantes. Será mais uma vez uma grande festa”, promete Rosi.
A evolução da festa
“Tudo começou porque a gente queria fazer uma festa que marcasse o município e então teve a Convenção Nacional da CDL na capital gaúcha, com a participação de Armindo e Nilva Beltrame e Saturnino e Gema Anghinoni. Eles ficaram surpresos com o coquetel de encerramento do evento, que teve comida italiana servida em barricas de vinho. Voltaram da convenção e apresentaram a ideia para a diretoria da CDL. Foi assim que em 1980 nasceu a Noite Italiana de Antônio Prado”. Quem conta essa história é o idealizador e primeiro presidente da Noite Italiana, o empresário, Alberto Visentin. A primeira edição foi realizada no salão da gruta para 300 pessoas, com parte dos ingressos distribuídos gratuitamente. Nas barricas de vinho espalhadas pelo salão foi servido polenta brustolada, queijo, salame, galeto e vinho. Com o passar dos anos o público foi crescendo ao ponto de ter ingressos esgotados, conta Visentin.
Em função disso, no final da década de 90 a Noite Italiana foi transferida para o Centro de Eventos. “Com isso, pudemos aumentar o público e servir nas mesas, com as pessoas mais bem acomodadas”, lembra o comerciante e presidente da festa em 2000 e 2001, Jamir Cecatto. Ele comenta que na época chegava a ter 2.500 pessoas por noite, mas tinha altos e baixos sendo necessário caminhar para uma profissionalização e mudanças no sistema de servir a comida, sem que fosse preciso tantos garçons.
Essa solução chegou na gestão do comerciante Valter Visentin, que em 2008 implantou o sistema de buffets. “Além de facilitar porque não era mais necessárias tantas pessoas para servir as mesas, resolvemos o problema de desperdício de comida e proporcionamos mais higiene e modernização”, salienta. Os principais desafios da época de Valter foram a Lei Seca e a Gripe H1N1, no entanto, mesmo assim a festa não deixou de ser feita e a cada ano crescia mais em público e satisfação.
É o sentimento de satisfação que a atual presidente da Noite Italiana, Claudimira Maschio (Cláudia), quer proporcionar ao público estimado para esta edição de seis mil pessoas. “Desde 2021 a festa faz parte do Calendário Oficial de Eventos do Rio Grande do Sul e sempre recebemos muitos visitantes de fora do Estado, além disso, a própria comunidade da Serra Gaúcha poderá vivenciar a história da imigração italiana, o resgate e a preservação dos costumes, valores e tradições, degustando a gastronomia típica ao som de grupos musicais italianos e gauchescos”, convida a presidente.
O público será recepcionado pelas soberanas de Antônio Prado, a rainha Ingrid Lodi Barison e as princesas Amanda Falavigna e Ana Júlia Toresan Cavazzola, além dos conhecidos mascotes, o Nono Valentin e a Nona Valentina. A animação ficará por conta do Grupo Girotondo e Grupo Q´ Balanço (dia 19) e Os Colonos Zo Scarpon e Grupo Som de Sul (dia 26).
